O Artesanato
De herança portuguesa, indígena e africana, o artesanato desenvolveu-se desde a época colonial, do litoral até os sertões, adquirindo características próprias de cada região, utilizando as matérias-primas locais, incorporando novos elementos da formação sociocultural do povo, a exemplo da religiosidade, tão marcante na vida do nordestino, acompanhando sempre a rotina do cotidiano dos artesãos. Pelas suas mãos foram criadas ou reinventadas novas peças, numa profusão de beleza e bom gosto, enriquecendo e diversificando, assim, o artesanato cearense, pois eles sempre encontram uma maneira de trabalhar coisas novas.
São trabalhos em labirinto, rendas de bilro, filé, bordado, objetos de couro, madeira, metal, trançado de palha e cipó, barro, além de arte popular e das lembranças, que encantam a todos e tornam tão atraentes o artesanato do Ceará.
Distribuídas em quase todo o Estado, as diversas tipologias artesanais apresentam pólos bem definidos, concentrando em regiões ou municípios os trabalhos mais representativos do artesanato cearense.
Assim, é que se pode encontrar a renda e o labirinto na área do litoral destacando-se os municípios de Aquiraz, Beberibe, Fortim, Aracati, Acaraú e Trairi; o filé em Jaguaribe; os bordados em Itapajé e Maranguape; os traçados em palha em Sobral, Massapê, Aracati, Itaiçaba e Palhano; a cerâmica em Cascavel, Ipu e Viçosa do Ceará; os trançados em cipó em Cascavel; a arte popular em Canindé e em Juazeiro do Norte (com forte influência da devoção a São Francisco e ao Padre Cícero), representadas pelo imaginário nas figuras religiosas e no folclore local, esculpidas em madeira e barro, dentre outros.
Vale a pena conferir a originalidade e a criatividade dos nossos artesãos. O trabalho deles consagra o artesanato cearense como o mais conhecido e admirado no Brasil e no exterior.
Fonte: Diário do Nordeste.